Dois artigos recentes na revista Science dizem que foram necessárias as disputas entre grupos de caçadores e de recolectores, assim como um aumento substancial do número de humanos anatomicamente modernos para que se desenvolvessem várias características culturais que nos tornam únicos. Não li os artigos originais, tão só a notícia do Público, mas estas conclusões estão em linha com aquilo que penso há muito e que já tem sido objecto de alguns dos artigos neste blog.
A partir de certa dimensão, os grupos passam a ter um comportamento de seres de nível superior, um pouco como as plantas e animais são agregações de células. Os grupos passam a estar sujeitos a mecanismos de selecção natural e as características culturais da espécie humana podem ser consideradas como resultado da selecção natural, que foi fazendo desaparecer as características menos favoráveis à sobrevivência dos grupos. Nada leva a supor que o processo esteja termonado, sendo de esperar que, se levou 70 mil anos a chegar ao estado actual, os próximos 70 mil anos trarão mudanças não menos significativas.
Não haverá nenhum voluntário para verificar esta previsão na altura própria?
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