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Uma história de relógios (fábula)

Esta é a história de uma criança inquieta, que não conseguia perceber porque é que os ponteiros dos relógios da casa se mexiam. Com espírito inquisidor e sem meios nem ferramentas para desmontar os relógios, resolve atirá-los uns contra os outros e investigar as peças que se soltam; nesse processo descobre as rodas dentadas, percebe as engrenagens, nota que os dentes só podem existir como elementos de uma roda, mas continua a não perceber como aquilo tudo se move e imagina que tem que haver uma mola; só que esta nunca lhe apareceu, porque é fugidia. Com grande insistência, continuando a esmagar relógios, chega um dia em que vê saltar a mola e então fica realmente satisfeito, porque encontrou  o elemento fundamental, que faz mover todas as rodas.

Agora imaginem os meus leitores os investigadores do CERN a lançar partículas umas contra as outras até conseguirem ter um vislumbre do bosão de Higgs. Vale a pena dizer mais alguma coisa?

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Direitos de autor na era digital

O secretário de estado da cultura, Francisco José Viegas, defendeu a necessidade de acautelar os direitos dos criadores face à vulgarização da pirataria através da internet; afirmou: Nunca precisámos, como hoje, de defender os direitos dos autores e da criação. Se não tomarmos providências, uma atitude legislativa, daqui a uns tempos vai restar-nos apenas o veículo [Internet], o que é muito injusto para os criadores, para a nossa História, e é injusto que o talento seja confundido [com o meio].

Discordo do senhor secretário de estado, porque não se aplicam a realidades novas as receitas antigas; não vejo qualquer viabilidade de medidas legislativas e fiscalizadoras reduzirem significativamente a divulgação não autorizada das obras, retirando aos seus autores a justa remuneração do trabalho criativo. Alguns autores, nomeadamente no meio musical, aprenderam a conviver com a internet e a retirar proveitos das suas obras por essa via. No domínio das obras escritas há autores a fazer uso da edição através da impressão a pedido (print on demand), através da qual recebem uma remuneração proporcional ao número de exemplares impressos. Também no domínio do software têm aparecido soluções para reduzir a pirataria a níveis residuais, como é o caso das aplicações para iPhone da Apple.

 

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Amanhã cai um satélite

As quedas de satélites em órbita terrestre não são raras, acontecem aproximadamente uma vez por ano; amanhã vai cair um satélite lançado em 1991, não se sabe a que horas nem onde. O satélite não se desintegrará completamente ao entrar na atmosfera e espera-se que o maior pedaço a atingir a Terra pese cerca de 151 Kg.

Para saber notícias actualizadas sobre este evento pode ir à página da NASA.

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Máquina a vapor / ar comprimido

Já o disse aqui, a pequena oficina que tenho na garagem permite-me passar horas distraído, muitas vezes a fazer coisas sem qualquer utilidade, como é o caso desta pequena máquina a vapor, que nã é mais do que um brinquedo. De facto, para ser uma verdadeira máquina a vapor precisaria de uma caldeira, que eu ainda não fiz, por isso o teste foi feito com ar comprimido. Os planos da máquina estão disponíveis na internet aqui:

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Primeiro teste do motor

Muitos motores eléctricos podem funcionar como geradores, simplesmente fazendo-os rodar e ligando os fios a qualquer elemento que consuma electricidade, geralmente apenas uma resistência de aquecimento.

É muito útil começar por testar um motor como gerador, porque esse teste dá indicações preciosas sobre a forma como o motor se vai comportar. Foi isso que fizemos ontem e o teste não podia ter corrido melhor, já que o motor aguentou toda a carga a que foi submetido e confirmou que os cálculos feitos, que precederam a construção, estão correctos.

Fui captando imagens de várias fases do teste, com intenção de documentar uma eventual falha que não chegou a acontecer. Até eu estou surpreendido!

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Motor protótipo

Desde há alguns meses que ando entretido com a construção de um motor eléctrico, protótipo para outros que hão-de seguir-se. A ideia é construir motores que possam ser aplicados directamente nas rodas de carros eléctricos, prescindindo de todas as engrenagens mecânicas; só os motores com as rodas directamente montadas sobre eles. Chamam-se estes motores “motores de roda” ou “motores de cubo” e são caracterizados por uma velocidade de rotação relativamente baixa, para um motor eléctrico, um diâmetro apreciável e espessura reduzida; também é normal que sejam motores de carcaça rotativa, enquanto os motores convencionais têm carcaça fixa e veio rotativo.

O motor protótipo tem estas características mas tem um diâmetro de apenas 10 cm.; foi construído com os materiais que se foram arranjando, frequentemente peças obtidas em sucatas, que foram recicladas. Este motor destina-se exclusivamente a testes de laboratório, para validar os cálculos do projecto e os métodos de fabrico e, se tudo correr bem, dentro de algum tempo estarei a projectar dois motores para serem aplicados nas rodas de um pequeno carro preparado para circular na via pública.

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Autocarro eléctrico

Quando descobri a notícia de um autocarro eléctrico 100% português fui a correr ler, não só porque qualquer notícia de um novo carro eléctrico me desperta um interesse especial mas também porque se dizia no título que era totalmente construído em Portugal. No corpo da notícia percebe-se que é um autocarro produzido pela Salvador Caetano, com uma autonomia de 100 Km, a pensar em pequenos circuitos urbanos ou aeroportos, mas não se concretiza até que ponto é de fabrico ou concepção nacional. Diz-se que usa baterias de lítio as quais, com grande probabilidade, são produzidas na China; ora sabe-se que o preço das baterias é uma parcela muito importante do preço de qualquer carro eléctrico. O motor ou motores poderá ser de produção nacional e será interessante se for esse o caso embora me fiquem muitas dúvidas. Há muito tempo que a Salvador Caetano constrói autocarros de grande qualidade e o mais provável é que tenha adaptado um dos seus modelos, incorporando um motor eléctrico e baterias importados. A este propósito, a empresa Holandesa E-traction vem desenvolvendo projectos semelhantes, com motores produzidos localmente, incluindo motores colocados nas rodas.

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Novos motores eléctricos

Nas últimas semanas tenho dedicado muito tempo a investigar os últimos desenvolvimentos em motores eléctricos e considero algumas soluções que encontrei verdadeiramente espantosas. Durante o meu curso de engenharia electrotécnica aprendi muito do que se fazia em matéria de máquinas eléctricas, as quais se mantinham sem evolução significativa há décadas, mas as coisas têm mudado muito nos últimos tempos, potenciadas pela integração de electrónica no desenho dos motores e pressionadas por uma necessidade de conseguir máquinas tão leves quanto possível.

Um dos motores mais interessantes foi desenvolvido pela Launch Point Technologies e, embora se trate de um protótipo de apenas 7 Kilo Wats, o que é interessante é que pesa 700 gramas; à mesma escala, um motor de automóvel para substituir um convencional de 140 cavalos pesaria cerca de 5 quilos.

Também os amadores fazem desenvolvimentos interessantes, veja-se, por exemplo, este motor quase todo construído em madeira, destinado a um aero-modelo de grande envergadura.

Eu ainda não construí nada mas ideias não faltam; a ver vamos…

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Carro eléctrico 4×4

Há muitos anos que penso que os automóveis de todos os dias hão-de ser eléctricos, com um motor em cada roda e electrónica responsável por comandar cada um dos motores, dispensando toda a complicada mecânica de sistemas de transmissão, com os respectivos diferencias. O conceito de um motor por roda é extremamente atraente pela sua simplicidade, além de oferecer uma maior estabilidade e segurança, porque cada uma das rodas é comandada à velocidade exacta que é desejável para cada circunstância, eliminando-se muitas situações de patinagem.

É claro que é complexa a electrónica de controlo de 4 motores, incluindo situações de curva e de pisos irregulares; mas hoje em dia é possível desenhar controladores com capacidades de cálculo em tempo real muito elevadas e, uma vez desenvolvidos, os preços de produção são relativamente baixos. Sinto-me, por isso, frustrado ao verificar que os automóveis eléctricos que começam a estar disponíveis para o público são essencialmente convencionais do ponto de vista mecânico: um motor acoplado a um sistema de transmissão mecânico.

Este estado de coisas faz-me ter vontade de experimentar e tenho andado a pensar em formas de abordar o problema que não me levem à ruína… Vamos a ver!

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Hologramas em tempo real

As imagens 3D estão na moda; primeiro foram as salas de cinema e agora são os televisores e videojogos. A reprodução de cenas em 3 dimensões data dos inícios da fotografia e baseia-se na produção de imagens ligeiramente diferentes para os dois olhos, as quais têm que ser apresentadas ao espectador por um processo que permita que cada olho veja apenas a imagem que lhe é destinada. Quando se trata de apresentação para um único observador não é muito complicado conceber um sistema que permita a apresentação separada das duas imagens aos dois olhos, mas as coisas complicam-se muito quando se pretende fazer apresentação para uma assistência. Só recentemente a tecnologia permitiu desenvolver equipamentos capazes de fazer apresentações 3D aceitáveis os quais, convenhamos, deixam ainda muito a desejar.

Todos os processos de reconstrução de imagens 3D a partir de duas imagens são impotentes para reproduzir a paralaxe, quer dizer, dois observadores colocados em pontos diferentes da sala observam a mesma imagem ou, dito de outra maneira, se um observador se deslocar, para tentar obter uma perspectiva diferente, esta não existe. Outro aspecto do mesmo problema é que o efeito 3D só é percebido por pessoas que tenham uma visão binocular equilibrada; fechando um olho o efeito 3D desaparece. A reconstrução 3D com paralaxe passa por reconstruir a onda luminosa original, processo genericamente designado por holografia. Os primeiros hologramas surgiram no início da década de 60 do século passado e reproduziam imagens de uma côr só; muito mais tarde surgiram os hologramas coloridos, sempre de imagens fixas. Os primeiros hologramas susceptíveis de, eventualmente, reproduzir imagens com animação foram conseguidos recentemente no Arizona. Se a técnica se desenvolver a ponto de permitir a exploração comercial, passará a ser possível assistir a projecções 3D sem óculos especiais, onde cada espectador tem a sua perspectiva particular e onde, em princípio, as pessoa não se queixarão de cansaço visual.

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