As imagens 3D estão na moda; primeiro foram as salas de cinema e agora são os televisores e videojogos. A reprodução de cenas em 3 dimensões data dos inícios da fotografia e baseia-se na produção de imagens ligeiramente diferentes para os dois olhos, as quais têm que ser apresentadas ao espectador por um processo que permita que cada olho veja apenas a imagem que lhe é destinada. Quando se trata de apresentação para um único observador não é muito complicado conceber um sistema que permita a apresentação separada das duas imagens aos dois olhos, mas as coisas complicam-se muito quando se pretende fazer apresentação para uma assistência. Só recentemente a tecnologia permitiu desenvolver equipamentos capazes de fazer apresentações 3D aceitáveis os quais, convenhamos, deixam ainda muito a desejar.
Todos os processos de reconstrução de imagens 3D a partir de duas imagens são impotentes para reproduzir a paralaxe, quer dizer, dois observadores colocados em pontos diferentes da sala observam a mesma imagem ou, dito de outra maneira, se um observador se deslocar, para tentar obter uma perspectiva diferente, esta não existe. Outro aspecto do mesmo problema é que o efeito 3D só é percebido por pessoas que tenham uma visão binocular equilibrada; fechando um olho o efeito 3D desaparece. A reconstrução 3D com paralaxe passa por reconstruir a onda luminosa original, processo genericamente designado por holografia. Os primeiros hologramas surgiram no início da década de 60 do século passado e reproduziam imagens de uma côr só; muito mais tarde surgiram os hologramas coloridos, sempre de imagens fixas. Os primeiros hologramas susceptíveis de, eventualmente, reproduzir imagens com animação foram conseguidos recentemente no Arizona. Se a técnica se desenvolver a ponto de permitir a exploração comercial, passará a ser possível assistir a projecções 3D sem óculos especiais, onde cada espectador tem a sua perspectiva particular e onde, em princípio, as pessoa não se queixarão de cansaço visual.